A segunda crítica mais ouvida em relação à criação de uma rede ciclável na Alameda dos Oceanos é a de que já há uma ciclovia na Alameda dos Oceanos, e quase ninguém a utiliza. Logo, para quê que vamos oferecer uma infraestrutura para um grupo de pessoas tão pequeno?
Se tivermos uma estrada de 1,5 km que não está ligada a outras estradas, mas apenas a mato, também teremos muito poucos automóveis. Talvez algum tráfego que só queira deslocar-se naquele pequeno percurso, ou então alguns Todo o Terreno que se aventurem pelo “mato” até chegar àquela estrada.
Esse é o mesmo fenómeno que pode ser observado hoje no troço central da Alameda dos Oceanos. Uma infraestrutura boa que só tem “mato” à volta.
Apesar de tudo, palpite meu, já com talvez umas 10 vezes mais pessoas a circular em bicicleta do que se observava antes, quando o 1,5km de ciclovia ainda não tinha sido construído.
A figura abaixo mostra a evolução do número de utilizadores de bicicleta na cidade de Sevilha. Para obter aquele crescimento espantoso, Sevilha não criou percursos cicláveis de 1,5km que não estão ligados a nada. Criou uma REDE de percursos cicláveis ABRANGENTE. O resultado foi aquele que se pode observar.
No Parque das Nações, estender o percurso ciclável ao resto da Alameda dos Oceanos é um passo importante para podermos vir a beneficiar dos efeitos positivos que os sevilhanos já sentiram na sua cidade.
João Bernardino
A mania das comparações sem nexo. Duvido muito que algum sevilhano ande de bicicleta quando se fazem sentir 45 ªC em Sevilha, algo normal em Sevilha durante muitos meses do ano
O seu comentário revela que não tem experiência de utilização da bicicleta enquanto meio de transporte diário. O Parque das Nações tem apenas 3 segmentos de ciclovia, todos eses desligados uns dos outros: um pequeno trecho na zona sul, junto à escola Parque das Nações, com 2 interseções com a Alameda dos Oceanos completamente desprotegidas e onde os carros circulam em velocidades excessivas; o trecho central da Alameda do Oceanos; e outro trecho junto ao colégio Pedro Arrupe. A juntar a isso, não existe nenhuma ligação ciclável com todas as freguesias vizinhas: Sacavém, Portela-Moscavide, Olivais e Marvila (a ligação até Santa Apolónia está cortada há quase 1 ano).
Quando existe infra-estrutura ciclável segura, contínua, conveniente, complementada com estacionamento adequado (escolas, comércio, serviços, residências), não é o calor de Sevilha, nem o tempo miserável da Holanda e Dinamarca que impede uma adesão suficiente grande para retirar uns milhares de kms de congestionamento automóvel e libertar estacionamento, para quem realmente precisa.